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Polícia apreende R$ 2,8 milhões em Bitcoin de golpe com carros

Na quarta-feira (10), o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou a Operação Cripto Car. O objetivo? Desmantelar uma gangue que estava aprontando com estelionato eletrônico e lavagem de dinheiro usando Bitcoin. A operação contou com a colaboração da Polícia Civil de Goiás e de São Paulo.

Os agentes conseguiram apreender 5,845 bitcoins, que na cotação atual equivalem a R$ 2,8 milhões. Esses recursos foram rastreados durante as investigações e estão bloqueados para garantir um futuro ressarcimento das vítimas. Ao todo, foram cumpridos 26 mandados, com dez prisões temporárias e 16 buscas, em cidades como Guarujá, Mauá, Santo André e a capital São Paulo.

A descoberta da quadrilha começou com a denúncia de um golpe relacionado à venda de um carro de luxo — uma Mercedes CLA45 AMG. A vítima perdeu R$ 530 mil e, a partir desse caso, a Polícia identificou um grupo que agia em pelo menos oito estados, incluindo Bahia, Goiás e Rio Grande do Sul.

Esses criminosos usavam um esquema de engenharia social bem elaborado e se passavam por representantes de concessionárias legítimas. Eles tinham o cuidado de usar números de telefone que pareciam realmente pertencer aos locais onde estavam fazendo os anúncios, o que acrescentava uma pitada a mais de credibilidade ao crime.

As vítimas eram instruídas a transferir dinheiro para empresas que atuavam como intermediárias financeiras ligadas a corretoras de criptoativos. Depois disso, os valores eram rapidamente convertidos em Bitcoin e espalhados por várias carteiras digitais, dificultando ainda mais o rastreamento.

Lavagem de dinheiro sofisticada

A investigação, com apoio do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, revelou uma estrutura complexa para esconder os valores. A gangue criava contas falsas em exchanges de criptomoedas, usando documentos falsificados das próprias vítimas. Isso ajudava a driblar os sistemas de verificação de identidade.

Os valores transferidos eram divididos em pequenas quantias e movimentados em tempo real para carteiras privadas. Depois, eram convertidos em dinheiro por meio de empresas de balcão e doleiros. O volume movimentado por uma dessas empresas chegou a impressionantes R$ 56,9 milhões em apenas seis meses.

Os dez alvos da operação agora enfrentam acusações graves, como estelionato eletrônico e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem ultrapassar 21 anos, além de multas pesadas.

Um caso similar em 2022

Essa operação lembra uma situação divulgada em abril de 2022, onde um empresário que tentava vender um carro de luxo acabou sendo enganado por uma quadrilha. Ele acreditou que estava enviando o dinheiro para uma concessionária, mas, na verdade, estava caindo em um golpe relacionado a criptomoedas.

Após perceber o erro e consultar seu banco, o empresário descobriu que o dinheiro tinha sido transferido imediatamente para uma conta da Binance, que também estava em seu nome, mas que ele desconhecia. Da conta, o valor foi convertido em criptomoedas e espalhado em várias outras carteiras.

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Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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